Rebello de Andrade e Fiúza |
1952
foi mesmo um ano memorável para a modalidade, visto que na Baía de Cascais Portugal havia sido 4.ª classificado no Campeonato do Mundo por intermédio da dupla
composta por Francisco Fiúza e Francisco Rebello de Andrade. Esta dupla, porém,
haveria de conquistar louros maiores tempos depois no maior e mais importante
evento desportivo planetário, os Jogos Olímpicos. Para Joaquim Fiúza, esta era
a terceira presença nas Olimpíadas, tendo feito a estreia em 1936, em Berlim,
sendo que na altura não fez melhor do que o 10.º lugar na classe Star, tendo
então como parceiro António Herédia.
No
pós-guerra, o velejador integrou a comitiva portuguesa nos Jogos de 1948, em
Londres, tendo feito dupla com Júlio Leite Gourinho e ficou em 6.º também na classe
Star. A glória chegaria em 1952, ao lado de Rebello de Andrade, com quem ficou
no terceiro lugar da prova da classe Star, a bordo do Espadarte - o nome da
embarcação utilizada. Portugal ganhava assim a medalha de bronze, a sua segunda
medalha na vela, depois de os irmãos Bello (Francisco e Duarte) terem
conquistado a medalha de prata nos Jogos de 48 e de os também irmãos Quina,
Mário e José Manuel, terem arrecadado a prata nos Jogos de Roma, em 1960, dois
feitos que já aqui evocámos no nosso Museu.
Mas
voltando a 1952, Portugal fica então em 3.º na classe Star, atrás da Itália
(medalha de ouro) e dos Estados Unidos da América (medalha de prata). Esta
prova ficou mítica pela batalha travada por italianos e norte-americanos na
luta pelo ouro, um duelo intenso, tendo os Estados Unidos vencido as sete
regatas que compunham a competição, embora no somatório a Itália tenham vencido
pela regularidade. Em termos de pontuação os italianos arrecadaram o ouro com
7635 pontos, seguidos dos Estados Unidos da América com 7215 pontos e de
Portugal com 4903 pontos
Na
hora da sua morte, em março de 2010, Francisco Fiúza foi recordado pelo
presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, como "um dos mais prestigiados
velejadores portugueses de sempre, que todos respeitam e que nunca se afastou e
nem deixou de se interessar pelas coisas do mar e da vela". Fiúza tinha um
conhecimento como poucos sobre o mar. Em 1957 e 1958, concretizou um sonho de
ser campeão da Europa e por nove vezes foi ainda campeão nacional. No seu dia a dia
dividia-se entre a atividade vitivinícola e a vela, a sua grande paixão, tendo
enquanto atleta, protagonizando participações vitoriosas nas mais variadas
provas e países. Porém, a medalha de bronze conquistada em Helsínquia foi mesmo
o seu momento de glória.
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