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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Conimbricense encesta o primeiro título nacional do basket português



11 de junho de 1933 é uma data histórica para o basquetebol português e muito em particular para a cidade de Coimbra. Ali, no ano de 1910, nascia o Sport Clube Conimbricense, coletividade que ao longo dos seus mais de 100 anos de vida se dedicou à prática de inúmeras modalidades ditas “amadoras”, sendo que numa delas entrou mesmo para a história do desporto português. Falamos do basquetebol, modalidade que na temporada de 1932/33 conhece a primeira edição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, cujo vencedor foi precisamente o Conimbricense.
Ainda antes de recordarmos (ainda que ao de leve) o feito do emblema da cidade do Mondego, será de bom-tom lembrar que o basquetebol chegou a Portugal em 1913 pela mão do professor de Educação Física suíço Rodolfo Horney, que então exercia a sua atividade profissional em Lisboa. Contudo, apenas cerca de uma década mais tarde, mais concretamente em 1922, há registos da primeira competição, a qual seria disputada pelas seleções regionais de Lisboa, do Porto e de Coimbra, tendo esta última saído vencedora. Bom pronuncio, já que dez anos volvidos o Conimbricense foi coroado como o primeiro campeão nacional de basket.
Neste arranque de competição entre clubes no que a Portugal diz respeito, oito emblemas lutarem entre si pela coroa de campeão, nomeadamente o Futebol Clube do Porto, o Fluvial Portuense, o Académico do Porto, o Guifões, o Sporting de Braga, o Atlético de Braga, o Sporting de Gouveia e o Conimbricense. Uma nota curiosa neste cenário é que neste tiro de partida nenhuma equipa do sul se aventurou neste primeiro campeonato organizado pela Federação Portuguesa de Basquetebol – entidade fundada em 1927, na cidade do Porto.
A final do primeiro campeonato nacional realizou-se em Aveiro, tendo sido disputada entre o Conimbricense e o Guifões, tendo os primeiros vencido por 25-23 (após prolongamento).
Para a eternidade ficam os nomes dos heróis dessa histórica conquista que ainda hoje enche de orgulho Coimbra: Fernandes Costa, Feliciano Gaudêncio, Manuel da Costa, Arlindo Mariano e António Carvalho (todos na imagem).

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Salto rumo a um novo bronze olímpico

O ano de 1936 é um bom exemplo de como os meios políticos procuraram - em determinados períodos da história da Humanidade - usar a popularidade dos grandes eventos desportivos para evidenciar ao Mundo as suas ideologias. Berlim acolheu nesse referido ano aquela que era já inequivocamente a maior manifestação desportiva do planeta, os Jogos Olímpicos. A Alemanha de então vivia sob o regime nazista comandado por Adolf Hitler. Vendo nos Jogos a ferramenta ideal para mostrar ao Mundo a superioridade da raça ariana o líder nazi não se pouparia a esforços para fazer destas as Olimpíadas mais espetaculares da história. Hitler montou então uma autêntica máquina de propaganda política através dos Jogos. Com um orçamento ilimitado não deixou ao acaso o mínimo detalhe que pudesse colocar em perigo a sua estratégia de assalto ao poder através do mega evento desportivo. Um estádio olímpico foi construído propositadamente, e aos atletas alemães tudo era dado e permitido para que se pudessem preparar conveniente para o evento e desta forma conquistar o máximo número de medalhas de ouro que traduzissem a superioridade da raça ariana. Bom, esta é uma curta descrição do cenário em que decorreram as Olimpíadas de 1936, que no final acabariam, na verdade, por provocar um terrível amargo de boca ao próprio Hitler - muito por culpa de um tal Jesse Owens - mas que aos portugueses deixaram doces lembranças. E são precisamente essas doces lembranças que servem de mote para a viagem ao passado que hoje iremos efetuar, uma viagem rumo à medalha de bronze conquistada pela nação lusa em Berlim. Feito alcançado por uma modalidade que na primeira década do século XX trouxe alegrias e prestígio a Portugal: o hipismo. Nunca será demais recordar que foi pela mão de três nobres cavaleiros (António Borges, Hélder de Souza e José Mouzinho) que em 1924 o nosso país arrecadou nos Jogos de Paris a primeira medalha olímpica da sua história, efeméride já aqui relatada com pompa e circunstância no Museu Virtual do Desporto Português. Doze anos depois da conquista do bronze olímpico na Cidade Luz eis que Portugal voltou a saltar com êxito rumo a uma nova medalha de bronze, desta feita por intermédio de José Beltrão, Luís Mena e Silva, e Domingos de Sousa Coutinho, três cavaleiros provenientes da mais fina flor do hipismo português daquele tempo que nos Jogos de Berlim subiram ao degrau mais baixo do pódio no Grande Prémio das Nações. Porém, a epopeia dos três oficiais do Exército não principiou da melhor forma. Na antecâmara da viagem para Berlim, Silvain, o cavalo do tenente Mena e Silva sofreu uma queda e ficou sem condições físicas de prosseguir a aventura olímpica, facto que desde logo colocou em risco a presença do cavaleiro nos Jogos. O também tenente José Beltrão, que haveria de ser a pedra fundamental na conquista do bronze olímpico, desenrascou em cima do embarque o seu companheiro de equipa, emprestando-lhe um dos seus dois cavalos, no caso o Fossette. Assunto resolvido. Estavam no entanto longe de ter um fim as dificuldades da equipa portuguesa nesta sua primeira aventura olímpica. As maiores complicações surgiram quiçá no dia da prova, do Grande Prémio das Nações, que juntou 18 equipas em busca das medalhas. Foi uma competição dura, difícil, com um traçado composto por 13 obstáculos de elevado grau de dificuldade, facto comprovado pela desistência de 11 equipas. Com raça, alma (enorme) e talento os portugueses aguentarem-se em pista, contornaram os obstáculos, acabando por chegar às medalhas com todo o mérito e justiça. Montando o seu Merle Blanc, o capitão Sousa Coutinho foi 16º, enquanto que Fossette e Mena e Silva ficou na 21ª posição. A performance de José Beltrão e do seu (cavalo) Biscuit - os últimos da equipa nacional a entrar na pista - haveria de ser decisiva na conquista da medalha. O sexto lugar por si alcançado somado aos resultados dos seus companheiros de equipa seria suficiente para que Portugal subisse ao pódio e receber a medalha de bronze, a terceira da sua história olímpica, e a segunda obtida por através do hipismo. Em termos de pontuação Portugal somou neste Grande Prémio das Nações 56 pontos, sendo apenas superado pela Alemanha (medalha de ouro) e pela Holanda (medalha de prata). Beltrão (que haveria de ter desfecho de vida trágico, já que a queda de um cavalo durante um treino no Hipódromo do Campo Grande, em 1948, tirou-lhe a vida) fez em Berlim uma prova quase perfeita, e não fossem os três obstáculos derrubados talvez o bronze tivesse sido transformado em ouro.  

terça-feira, 8 de julho de 2014

Nicolau e Trindade, os mestres na arte de pedalar que deram vida à rivalidade entre Benfica e Sporting

José Maria Nicolau (Benfica)
e Alfredo Trindade (Sporting)
Nasceu dentro de um campo de futebol mas foi graças ao ciclismo que atingiu a gigantesca dimensão patenteada nos dias de hoje. Esta é uma visão sustentada por muitos historiadores desportivos lusitanos, para quem a eterna, intensa, e apaixonante rivalidade entre Benfica e Sporting viu a luz do dia graças às corridas de bicicletas travadas nos princípios da década de 30 do século passado, muito por culpa de duas das maiores figuras do ciclismo nacional, Alfredo Trindade e José Maria Nicolau. Ambos naturais do Cartaxo eles edificaram nas estradas - quase medievais - do Portugal de então duelos intensos e apaixonantes, duelos que chegariam ao patamar do misticismo do desporto nacional, duelos que levaram os nomes de Benfica e Sporting aos cantos mais escondidos do país. Eles foram os heróis de uma época em que as grandes festas desportivas - ou os grandes eventos - eram quase um exclusivo das grandes cidades - Lisboa, Porto, ou Coimbra - deixando as pequenas povoações - sobretudo as do interior - órfãs da emoção e entusiasmo que o fenómeno desportivo emana. E aqui há pois que fazer uma vénia ao ciclismo, a modalidade responsável por levar a festa do desporto, as emoções do desporto, aos recantos mais longínquos daquele Portugal de início de século. A chegada de uma corrida velocipédica a uma qualquer aldeia ou vila do interior dava quase aso a honras de feriado municipal! O ciclismo galvanizava o povo, que apinhava as bermas das estradas por onde a caravana serpenteasse, na ânsia de ver os heróis do pedal. Nicolau e Trindade foram durante anos as personagens principais desta onda de entusiasmo, foram eles os responsáveis pelo crescimento - em termos de adeptos - de Benfica e Sporting um pouco por todo o território nacional, e na opinião de muitos a popularização - como hoje a conhecemos - do dérbi eterno a eles se deve.

O baixinho e franzino Trindade
e o gigante e robusto Nicolau
Mais do que rivais, mais do que astros na arte de pedalar, eles eram sobretudo amigos, grandes amigos. Nasceram, como vimos, no mesmo concelho, o Cartaxo, no ano de 1908, separados apenas por nove meses de diferença. Apesar de mais velho que o seu conterrâneo, Trindade (que nasceu no dia 3 de janeiro) abraçou o ciclismo depois de Nicolau (que veio ao Mundo a 15 de outubro). José Maria Nicolau iniciou a sua aventura velocipédia em 1928 - curiosamente um ano depois da ocorrência da primeira edição da Volta a Portugal - no Carcavelinhos, ao passo que Trindade começou a correr em 1931 na pequena coletividade lisboeta do União do Rio de Janeiro (com sede no Bairro Alto). Apesar de terem semelhanças ao nível de berço, de Bilhete de Identidade, e de terem sido ambos talentos natos na arte de pedalar, Trindade e Nicolau eram a antítese um do outro em termos de estrutura física. O primeiro era baixinho, franzino, ao passo que o segundo era alto, robusto, uma força da natureza. Nada que os impedisse, cada um à sua maneira, de escrever algumas das páginas mais deslumbrantes da história do ciclismo nacional, sobretudo na prova rainha do calendário velocipédico português, a Volta a Portugal.

Uma das muitas batalhas épicas travadas
entre os dois ciclistas com
as camisolas dos emblemas da capital
O primeiro duelo mítico entre os dois lendários corredores aconteceu na segunda edição da Volta, em 1931. Na altura, Nicolau vestia já a camisola do Benfica, clube para o qual havia entrado dois anos antes, ao passo que Trindade - como já vimos - fazia a sua estreia na alta roda do ciclismo nacional com as cores do União do Rio de Janeiro. Eles seriam os protagonistas de um pelotão composto por 29 corredores que no dia 6 de setembro desse ano partiu desde a Cova da Piedade até Setúbal numa tirada de 40km, a qual seria ganha pelo ciclista do Benfica. Ao longo da prova a robustez física e coragem infindável de Nicolau travou acesos e épicos duelos com a frágil mas batalhadora figura de Trindade, discutindo taco a taco a vitória na Volta até à última etapa, que ligou as Caldas da Rainha ao Estoril. Ali, a nação benfiquista entrou em delírio, graças à vitória final de Nicolau (vencedor de sete etapas nesta edição), que assim vencia a primeira Volta a Portugal da sua nobre carreira, com uma vantagem de 29 segundos sobre o amigo e rival Trindade - que seria segundo posicionado - na classificação geral.

Rivais, mas amigos, tanto na estrada
como na vida
Um ano depois deu-se a desforra, Trindade venceu a Volta. Ainda com as cores do clube do Bairro Alto o pequeno, mas endiabrado, ciclista levou a melhor sobre o seu eterno rival por apenas três segundos de diferença. 56 ciclistas voltaram a partir da Cova da Piedade rumo a Setúbal numa primeira etapa onde logo se viu que a discussão pela vitória final iria ser entre Trindade e Nicolau. Ao longo das 19 etapas o duelo entre ambos animou uma corrida que pela primeira vez ultrapassou as fronteiras do território nacional, ao efetuar uma passagem por Vigo, onde Alfredo Trindade conquistava uma das suas quatro vitórias de etapa alcançadas ao longo da Volta de 32. José Maria Nicolau ainda vestiu da amarelo até à sétima etapa, vindo a perder - até final - a camisola mais desejada da corrida para Trindade na tirada número oito, que ligou Elvas a Castelo Branco. Rezam as crónicas que o triunfo final de Trindade se ficou a dever ao azar extremo de Nicolau. Uma queda do ciclista do Benfica na etapa número nove, que ligou Castelo Branco a Viseu, fê-lo perder terreno para o corredor do União do Rio de Janeiro, que concluiu essa tirada com 17 minutos de vantagem sobre o seu conterrâneo. Porém, a garra e determinação de Nicolau viriam ao de cima nas etapas seguintes, tendo o corredor recuperado algum tempo no decorrer da prova, fruto de algumas vitórias em etapas (conquistou 11 triunfos nas 19 etapas da Volta de 32). Porém, e como diz o velho ditado, um azar nunca vem só, e na etapa final (que ligou o Bombarral a Lisboa), com a Volta ao rubro no que toca à incógnita quanto ao seu vencedor, uma nova queda de José Maria Nicolau desfez as dúvidas quanto ao campeão, e mesmo ganhando essa derradeira etapa o corredor do Benfica não conseguiu anular os três segundos de desvantagem em relação a Alfredo Trindade, que assim vencia a primeira Volta a Portugal da sua carreira.

Nicolau e Trindade posam
para a fotografia junto de uma
das grandes divas do cinema
lusitano: Beatriz Costa
Já com a camisola do Sporting como manto sagrado Alfredo Trindade tornou-se - no ano seguinte - no primeiro ciclista a bisar naquela que era já a prova rainha do ciclismo português. A Volta de 1933 foi talvez aquela em que a luta acérrima entre os dois ciclistas menos se fez notar, já que logo na segunda etapa - que ligou Lisboa a Santarém - Nicolau adoeceu e foi forçado a desistir, estendendo desta forma a passadeira ao pequeno corredor do Sporting (vencedor de oito etapas nesta edição), o qual iria terminar a prova no primeiro posto com uma vantagem abismal de 44 minutos (!) sobre o segundo colocado, o seu companheiro de equipa Ezequiel Lino.
Na Volta do ano seguinte os papéis inverteram-se, ou seja, o azar bateu à porta de Trindade, forçado a abandonar a corrida na terceira etapa (Faro-Évora) após uma aparatosa queda que o iria levar ao hospital. Sem adversários capazes de travar a sua genialidade, Nicolau ficou à vontade para conquistar a sua segunda Volta a Portugal, terminando a última etapa com uma vantagem de 18 minutos na classificação geral sobre o sportinguista Ezequiel Lino.
Este seria o derradeiro capítulo da mítica dupla no seio da Volta a Portugal, embora na edição de 1935 tivessem ambos integrado o pelotão na partida da Cova da Piedade, acabando os dois por desistir no decorrer da prova. Contudo, a empolgante fábula de Trindade e Nicolau não se resumiu à prova rainha do ciclismo luso, muito pelo contrário. Clássicas como Porto-Lisboa, Porto-Vigo, ou Lisboa-Coimbra, testemunharam emocionantes capítulos da génese do fervoroso dérbi Benfica-Sporting.
Abandonaram ambos as lides do ciclismo - enquanto praticantes - no final da década de 30, tendo ambos enverdado posteriormente pela carreira de treinadores. Facto curioso é que o leão Trindade era o treinador do Benfica quando o maior mito da história do clube - no que concerne a ciclismo - faleceu na sequência de um acidente de viação, em agosto de 1969. Oito anos mais tarde foi a vez de Trindade pedalar rumo à eternidade, onde por certo continua a travar apaixonantes duelos com o seu amigo Nicolau.

Vídeo: EXCERTO DO DOCUMENTÁRIO: 
ALFREDO TRINDADE VS JOSÉ MARIA NICOLAU

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A tacada certeira do primeiro título mundial conquistado por Portugal

Alfredo Ferraz
Mais do que um mero passatempo popular praticado por grupos de amigos que ao fim do dia se juntam num qualquer café e/ou salão para usufruir de umas horas de convívio, o bilhar tem sido ao longo da sua estadia no nosso país uma das modalidades que mais títulos internacionais tem oferecido à nação lusa, embora há que dizê-lo - com profundo lamento - que muitos deles são ignorados por uma imprensa - nacional - que teima em fazer do futebol filho único no panorama desportivo português. Ao bilhar, Portugal deve mesmo a sua primeira coroação como rei do planeta, o mesmo é dizer que foi através desta modalidade que o país arrecadou pela primeira vez na história um título mundial. O grande responsável por essa conquista foi um dos maiores jogadores lusitanos de todos os tempos, senão mesmo o maior de todos, como defendem muitos historiadores desportivos. Alfredo Ferraz assim se chamava o mestre do bilhar luso, uma figura carismática que é visto como o grande impulsionador da modalidade - no plano da competição - no decorrer da década de 30 do século passado. Ao nível estrutural a primeira tacada do bilhar lusitano é dada em 1930, ano em que nasce no Porto a Federação Portuguesa dos Amadores do Bilhar, organismo este que dois anos mais tarde leva a cabo na cidade de Espinho a terceira edição do Campeonato do Mundo de Bilhar Livre, tendo a seleção nacional sido representada por Portugal da Mata, e Alfredo Ferraz. 

Mas esta foi apenas a primeira de muitas aparições internacionais de Ferraz, um autodidata do bilhar nascido na ilha da Madeira a 8 de novembro de 1901, que ainda jovem deixa a sua terra rumo a Lisboa para estudar no Instituto Superior Técnico. A paixão pelo bilhar fá-lo dois anos depois da sua chegada à capital desistir do curso para se dedicar por inteiro a uma modalidade onde foi um virtuoso intérprete. O seu invulgar talento cativava o mar de olhares que muitas vezes lotava os célebres Bilhares do Rossio, um espaço que com a aparição de Ferraz se tornou na meca do bilhar lusitano.

Alfredo Ferraz, Juan Butrón, e José Alabern
durante o 1º Portugal - Espanha
Se em 1932 Alfredo Ferraz falhou o assalto às medalhas no primeiro Mundial de bilhar em que participou, dois anos mais tarde abraçaria a prata, sendo este o seu primeiro feito de relevo na prova máxima do bilhar livre a nível global. Em 1938 ele é uma das figuras de cartaz do primeiro confronto entre Portugal e Espanha, encarando na época outra lenda da modalidade a nível internacional, o espanhol Juan Butrón, que em 1932 havia conquistado em Espinho o título mundial.
Em 1939 Alfredo Ferraz ascende definitivamente ao Olimpo na sequência da conquista do título mundial de bilhar livre, arrecadado em Lausanne (Suíça).
Esta era a primeira vez que um atleta português - fosse em que modalidade fosse - se sagrava campeão do Mundo! Este título foi um entre muitos - nacionais e internacionais - conquistado pelo madeirense ao longo de uma carreira ímpar, atleta que em 1956 seria agraciado pelo Estado português com a Medalha de Mérito Desportivo, alta distinção nacional onde Alfredo Ferraz também fez história, já que foi o primeiro desportista a conquistá-la.