Mas tudo mudou no dia 30 de
julho de 1996, um dia tempestuoso, com relâmpagos e trovões a pairarem sobre o
Centro Olímpico de Savanah, a cerca de 370 km de Atlanta, local onde decorreram
as provas de vela. Concluída a 11.ª regata na Classe 470 Hugo Rocha e Nuno
Barreto regressam à marina de Savanah com a medalha de bronze ao peito. Na
partida para esta derradeira regata, o treinador da dupla portuguesa, Luís
Rocha, que como curiosidade era irmão de Hugo Rocha, antevia que a dupla de
velejadores sabia aguentar a pressão e quem sabe dessa forma poderia conquistar uma medalha.
Portugal que era naquela altura 3.º colocado na classificação geral, a um ponto
da Grã-Bretanha, depois de ter andado em 2.º lugar no final da 4.ª regata. Hugo Rocha e Nuno Barreto (nascido a 29 de
abril de 1972) provaram em Atlanta que eram os legítimos descendentes de uma longa dinastia
de sucesso na vela portuguesa. Na classificação final a Ucrânia ficou com o ouro, a Grã-Bretanha com a prata e Portugal com o bronze. Chegados ao nosso país, foram recebidos como
heróis, sobretudo em Faro, cidade familiar para ambos, já que tinha sido ali,
ao serviço do Ginásio de Faro, que tinham dado nas vistas na modalidade. Na
capital do Algarve desfilaram de medalha de bronze ao peito pelas ruas debaixo
de merecidos aplausos. Esta mesma dupla tentou um novo sucesso olímpico quatro
anos depois, em Sidney, mas não iria além do 16.º lugar na Classe Tornado.
Nesta mesma classe Nuno Barreto repetiu o 16.º lugar nas Olimpíadas de Atenas,
em 2004, desta feita na companhia de Diogo Cayolla.
Vídeo: Reportagem da RTP em Atlanta após a conquista da medalha de bronze em vela
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