Se pudesse escolher uma segunda modalidade de eleição talvez a minha opção fosse para o pólo aquático. Admiração que surgiu naturalmente depois de épocas sobre épocas a fazer a cobertura de jogos a contar para o quase despercebido Campeonato Nacional da 1ª Divisão portuguesa. Infelizmente quase despercebido da grande plateia desportiva lusa, bem longe das luzes do mediatismo de outras modalidades outrora classificadas como amadoras. Há que contudo enaltecer o trabalho que tem sido feito ao longo dos últimos anos por um punhado de amantes do pólo aquático em Portugal no sentido de trabalhar a modalidade a fundo e coloca-la num patamar mais elevado, como tão bem merece.
Dada a pequena dimensão, por assim dizer, da modalidade em Portugal seria hoje em dia impensável ver a seleção nacional da nação lusitana participar num torneio alusivo aos Jogos Olímpicos, por exemplo! Futebolisticamente falando - e lá surge mais uma vez o tema "futebol" (!), paixão eterna esta sempre presente no meu dia a dia - seria o mesmo que ver Malta marcar presença na fase final de um Campeonato do Mundo. Porém há sonhos que por mais irreais que possam parecer, por vezes acabam por ser realidade.
E para conhecermos um desses sonhos bem reais viajamos até 1952, ano em que Helsínquia recebeu os Jogos Olímpicos, tendo o pólo aquático sido uma das muitas modalidades ali exibidas. Torneio olímpico de pólo aquático que foi composto por 21 seleções, entre as quais... Portugal. É verdade, a seleção lusa esteve presente em Helsínquia, naquele que talvez seja olhado como o maior feito da modalidade no nosso país. Na altura Portugal vivia um período positivo no que concerne a esta modalidade, muito devido ao excelente trabalho que era desenvolvido pelo Algés, pela mão de um experiente treinador húngaro de nome Emeric Sacz. Não foi de estranhar então que os bons resultados averbados pelo Algés - a nível nacional e internacional - fizessem com que a Federação Portuguesa de Natação - órgão que tutela o pólo aquático em Portugal - tivesse delegado naquele clube a tarefa de representar o país em Helsínquia! O Algés passou a ser Portugal, apenas e só uma mudança de denominação, já que tudo o resto, jogadores e treinador, foi mantido.
A viagem até à capital finlandesa demorou uma semana a boro do navio Serpa Pinto, no qual viajaram os cerca de 70 atletas que compunham a delegação portuguesa. Sete deles pertenciam ao pólo aquático, nomeadamente Máximo do Couto, Francisco Alves, Armando Moitinha de Almeida (para muitos o melhor jogador português da época), Rodrigo Bessone Basto, João Franco do Vale, João Manuel Correia, e Óscar Cabral. A aventura foi porém curta, muito curta. No primeiro jogo o adversário foi o Egito, que cilindrou a armada lusitana por 10-0. Cansaço da longa viagem? Falta de treinos? De tudo um pouco serviu para justificar esta entrada desastrosa de Portugal nas Olimpíadas. O segundo e último jogo não correu melhor, já que o Brasil bateu Portugal por 6-2, resultado que enviou definitivamente os lusos para casa.
A experiência pode ter sido curta, mas assinalou a página mais brilhante da história do pólo aquático lusitano.
Ah, o torneio olímpico de 52 foi ganho pela Hungria, uma das seleções mais poderosas do planeta.
Em cima a imagem da comitiva portuguesa de pólo aquático que agregava ainda alguns nadadores
Bibliografia: Pólo Aquático - 55 anos de selecção (Lobo, Nuno, 2007)
Dada a pequena dimensão, por assim dizer, da modalidade em Portugal seria hoje em dia impensável ver a seleção nacional da nação lusitana participar num torneio alusivo aos Jogos Olímpicos, por exemplo! Futebolisticamente falando - e lá surge mais uma vez o tema "futebol" (!), paixão eterna esta sempre presente no meu dia a dia - seria o mesmo que ver Malta marcar presença na fase final de um Campeonato do Mundo. Porém há sonhos que por mais irreais que possam parecer, por vezes acabam por ser realidade.
E para conhecermos um desses sonhos bem reais viajamos até 1952, ano em que Helsínquia recebeu os Jogos Olímpicos, tendo o pólo aquático sido uma das muitas modalidades ali exibidas. Torneio olímpico de pólo aquático que foi composto por 21 seleções, entre as quais... Portugal. É verdade, a seleção lusa esteve presente em Helsínquia, naquele que talvez seja olhado como o maior feito da modalidade no nosso país. Na altura Portugal vivia um período positivo no que concerne a esta modalidade, muito devido ao excelente trabalho que era desenvolvido pelo Algés, pela mão de um experiente treinador húngaro de nome Emeric Sacz. Não foi de estranhar então que os bons resultados averbados pelo Algés - a nível nacional e internacional - fizessem com que a Federação Portuguesa de Natação - órgão que tutela o pólo aquático em Portugal - tivesse delegado naquele clube a tarefa de representar o país em Helsínquia! O Algés passou a ser Portugal, apenas e só uma mudança de denominação, já que tudo o resto, jogadores e treinador, foi mantido.
A viagem até à capital finlandesa demorou uma semana a boro do navio Serpa Pinto, no qual viajaram os cerca de 70 atletas que compunham a delegação portuguesa. Sete deles pertenciam ao pólo aquático, nomeadamente Máximo do Couto, Francisco Alves, Armando Moitinha de Almeida (para muitos o melhor jogador português da época), Rodrigo Bessone Basto, João Franco do Vale, João Manuel Correia, e Óscar Cabral. A aventura foi porém curta, muito curta. No primeiro jogo o adversário foi o Egito, que cilindrou a armada lusitana por 10-0. Cansaço da longa viagem? Falta de treinos? De tudo um pouco serviu para justificar esta entrada desastrosa de Portugal nas Olimpíadas. O segundo e último jogo não correu melhor, já que o Brasil bateu Portugal por 6-2, resultado que enviou definitivamente os lusos para casa.
A experiência pode ter sido curta, mas assinalou a página mais brilhante da história do pólo aquático lusitano.
Ah, o torneio olímpico de 52 foi ganho pela Hungria, uma das seleções mais poderosas do planeta.
Em cima a imagem da comitiva portuguesa de pólo aquático que agregava ainda alguns nadadores
Bibliografia: Pólo Aquático - 55 anos de selecção (Lobo, Nuno, 2007)
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