Como
diz o velho chavão: "não há duas sem três", e eis que em Tóquio a
nação portuguesa voltou a tocar o céu na sequência da conquista de mais uma
medalha olímpica. E desta feita por intermédio de alguém que conhece bem a
sensação de vencer uma medalha no maior evento desportivo do planeta, alguém
que por direito próprio há muito que já garantiu um lugar na
"imortalidade" do desporto português. Fernando Pimenta é o seu nome, para
muitos o maior praticante de canoagem português de todos os tempos, opinião da
qual concordamos em absoluto tendo em conta os resultados absolutamente
extraordinários que tem alcançado ao longo da sua carreira.
E
nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Pimenta conquistou a medalha de bronze na prova
dos K1 1000 metros na canoagem, numa final onde viu a prata escapar apenas por
47 milésimos de segundo. O húngaro Kopasz ficou com o ouro, tendo liderado
quase toda a prova e andou a discutir com o português o primeiro posto. O
também húngaro Adam Varga, ficou com a medalha de prata (com o tempo de
3.22,431), batendo o português mesmo em cima da linha de meta. Pimenta terminou
com 3.22,478 minutos.

A
prova teve início com uma falsa partida, mas no reinício o português teve uma
partida menos boa mas rapidamente assumiu a liderança, sempre com os húngaros à
espreita. Kopasz passou para a frente na metade da prova, à frente de Pimenta e
Adam Varga. Porém, o húngaro disparou e fez uma ponta final muito forte, ao contrário
de Fernando Pimenta que foi perdendo fulgor nos derradeiros metros, até ser
ultrapassado por Varga mesmo em cima da linha. Nas meias-finais, Fernando
Pimenta tinha batido o recorde olímpico do K1 1000, com 3.22,942 minutos. Antes
de colocar a medalha de bronze ao peito Pimenta era naturalmente um homem
feliz: «Acima de tudo, sinto-me feliz. Não consegui vencer, os dois húngaros
foram mais fortes, fizeram uma excelente prova, mas dei o meu melhor e isso é o
mais importante, é sair daqui com a consciência super tranquila de que mostrei
o meu valor, um ciclo olímpico em que estive sempre nas medalhas, nos mundiais
e europeus», começou por dizer o atleta natural de Ponte de Lima à RTP. «Fui o
atleta mais regular e não posso estar mais feliz do que isto. A minha carreira
ainda agora começou, tenho que continuar a trabalhar mais e melhor. Estou super
feliz, claro que queria vencer, depois de na meia-final bater o recorde
olímpico. Estou aqui para representar Portugal e os portugueses da melhor
forma. Sei que havia o sonho e a ilusão de o Pimenta ser campeão olímpico. Isto
ainda não acabou, falta um próximo ciclo olímpico. O Pimenta está cá para as
curvas. Ainda quero voltar aos Jogos Olímpicos. Já comecei a pensar em 2032,
vai ser na Austrália. Quero agradecer a todos os portugueses. Só tenho de estar
orgulhoso, agradecer ao meu treinador, a toda a estrutura da Federação pelo
apoio, ao SL Benfica, a todos os limianos, sem esquecer o Náutico de Ponte de
Lima e o município, à minha família», concluiu.
Como
já referimos no início esta foi a segunda medalha olímpica de Fernando Pimenta,
ele que em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, havia vencido a medalha de
prata no K2 1000, fazendo dupla com Emanuel Silva.
Assim
sendo, Pimenta juntou-se a um restrito lote de atletas que venceram mais do que
uma medalha olímpica nas suas carreiras, como são os casos do cavaleiro Luís
Mena e Silva (venceu medalhas nos Jogos de 1936 e de 1948), de Carlos Lopes
(Olimpíadas de 76 e de 84), Rosa Mota (duas medalhas nos Jogos Olímpicos de
1988) e de Fernanda Ribeiro (nos Jogos de 96 e de 2000), sendo que estes três
últimos o fizeram no atletismo.
Este
foi mais um pódio na carreira de Fernando Pimenta, que já leva mais de uma
centena de subidas ao pódio em competições internacionais.
Com
esta medalha de bronze olímpica conquistada por Pimenta, Portugal elevava para
três o número de medalhas conquistadas em Tóquio2020, depois de Jorge Fonseca
ter alcançado o bronze na categoria de -100 kg em judo, e de Patrícia Mamona ter
arrebatado a medalha de prata no triplo salto. Portugal igualou desta forma o
melhor pecúlio em Jogos Olímpicos, reeditando as três subidas ao pódio de Los
Angeles 1984 e Atenas 2004.
Mas
voltando a Fernando Pimenta, recordamos em seguida alguns dos principais
resultados internacionais alcançados pelo atleta nascido a 13 de agosto de 1989:
*2024: 1.º Campeonato da Europa (K1 5000 metros)
2.º Campeonato da Europa (K1 1500 metros)
*2023: 1.º Taça do Mundo (K1 1000 metros)
1.º Campeonato do Mundo (K2 maratona)
2.º Campeonato do Mundo (K1 5000 metros)
3.º Campeonato do Mundo (K1 1500 metros)
2.º Jogos Europeus (K1 1500 metros)
*2022: 1.º Taça do Mundo (K1 5000 metros)
1.º Campeonato do Mundo (K1 1000 metros)
1.º Campeonato do Mundo (K1 500 metros)
1.º Campeonato do Mundo (K2 500 metros)
*2021: 1.º Campeonato do Mundo (K1 1000 metros)
2.º Campeonato da Europa (K1 1000 metros); 3.º Jogos Olímpicos Tóquio2020 (K1 1000
metros); 3.º Campeonato da Europa (K1 5000);
3.º
Taça do Mundo (K1 1000); e 3.º Taça do Mundo (K1 1000).
2020:
1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); e 2.º Taça do Mundo
(K1 500).
2019:
1.º Taça do Mundo (K1 500); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1
5000); 2.º Jogos Europeus (K1 1000); 2.º Jogos Europeus (K1 5000); 3.º Taça do
Mundo II (K1 500): 3.º Campeonato do mundo (K1 1000); e 3.º Campeonato do mundo
(K1 5000).
2018: 1.º Campeonato da Europa (K1 1000); 1.º
Campeonato do mundo (K1 1000);
1.º
Campeonato do mundo (K1 5000); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo
(K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K1 500); 2.º Jogos do Mediterrâneo (K1 500);
2.º
Campeonato da Europa (K1 5000); e 3.º Campeonato da Europa (K1 500).
2017: 1.º Campeonato da Europa (K1 1.000); 1.º
Campeonato do mundo (K1 5000);
1.º
Taça do Mundo (K1 1000); 2.º Campeonato do mundo (K1 1000); 2.º Campeonato da
Europa (K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K1
500); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); e
2.º
Taça do Mundo II (K1 1000).
2016:
1.º Campeonato da Europa (K1 1000); 1.º Campeonato da Europa (K1 5000);
1.º
Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); 3.º Taça do Mundo III (K1
1000); 5.º Jogos Olímpicos Rio 2016 (K1 1000): 6.º Jogos Olímpicos Rio 2016 (K4
1000).
2015:
1.º Evento Teste Rio2016 (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do
Mundo (K1 5000); 2.º Jogos Europeus, em Baku (K1 1000); 2.º Jogos Europeus, em
Baku (K1 5000); 2.º Campeonato da Europa (K4 1000); 3.º Campeonato da Europa
(K1 1000); 3.º Campeonato do mundo (K1 1000); e 4.º Campeonato do mundo (K4 1000).
2014:
2.º Campeonato do mundo (K4 1000); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do
Mundo II (K1 500); 3.º Campeonato da Europa (K4 1000); 3.º Campeonato da Europa
(K1 5000); 3.º Taça do Mundo (K1 500); 3.º Taça do Mundo (K1 1000); e 3.º Taça
do Mundo II (K1 1000).
2013:
1.º Universíadas (K1 1000); 1.º Universíadas (K1 500); 1.º Taça do Mundo II (K2
500); 2.º Campeonato da Europa (K4 1000); 2.º Campeonato da Europa (K1 5000); 2.º
Taça do Mundo (K4 1000); e 3.º Taça do Mundo (K2 500).
2012:
1.º Qualificação Olímpica Europeia (K1 200); 2.º Jogos Olímpicos Londres2012
(K2 1000); e 3.º Taça do Mundo (K2 1000).
2011:
1.º Campeonato da Europa (K4 1000); 1.º Taça do Mundo (K2 1000); 1.º Taça do
Mundo (K4 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo II (K1
1000); 2.º Campeonato da Europa sub-23
(K2 500); 3.º Campeonato da Europa (K1 1000); 3.º Campeonato da Europa sub-23
(K2 500); 3.º Taça do Mundo II (K1 5000); 3.º Taça do mundo II (K4 1000); e 6.º
Evento teste de Londres2012 (K1 1000).
2010:
1.º Campeonato da Europa sub-23 (K2 500); 2.º Campeonato do mundo (K2 500);
2.º
Taça do Mundo (K2 500); 3.º Campeonato da Europa (K2 500); 3.º Campeonato da
Europa sub-23 (K2 500); e 3.º Campeonato do mundo de maratonas sub-23.
2009:
1.º Campeonato da Europa sub-23 (K1 1000); 2.º Campeonato do mundo de maratonas
de sub-23; e 3.º Campeonato da Europa sub-23 (K1 500).
2007:
1.º Campeonato da Europa de juniores (K1 1000); e 2.º nos Europeus de juniores
(K1 500).
2005:
1.º no Festival Olímpico da Juventude Europeia (K4 500).
Impressionante!
*Nota: Palmarés atualizado.