terça-feira, 9 de julho de 2019

O dia em que o rei foi à bola!


Recordamos hoje na vitrina das “estórias futebolísticas” da bola lusitana um dos primeiros grandes momentos da vida do então jovem futebol em Portugal: o duelo entre as seleções do Porto e de Lisboa. Um facto histórico ocorrido a 2 de Março de 1894, no Porto, mais concretamente no desaparecido Campo Inglês (zona do Campo Alegre), que reuniu uma seleção de Lisboa composta por jogadores do Club Lisbonense, do Carcavelos Club e do Braço de Prata, e um combinado do Porto composto por atletas do Oporto Cricket Club. A partida foi organizada por Guilherme Pinto Basto, um profundo entusiasta do “belo jogo”, e a quem o futebol português muito deve, já que entre outros factos foi ele quem trouxe de Inglaterra (país onde estudava) para Portugal a primeira bola de futebol, objeto que desde logo suscitou um enorme interesse naqueles que com ele primeiramente tiveram contacto.
E pela primeira vez na história o vencedor levava para casa um troféu, neste caso a Taça D. Carlos I, uma oferta do citado monarca. Família real que, aliás, se encontrava no meio da assistência do célebre encontro, sendo que um dos episódios curiosos do mesmo relata que os jogadores tiveram de fazer um esforço suplementar em jogar um prolongamento pelo facto de Suas Majestades o Rei D. Carlos, e a Rainha D. Amélia (os quais se faziam acompanhar pelos príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel) terem chegado ao evento a meio da 2ª parte. Como tal e para que os ilustres espectadores pudessem apreciar devidamente o espetáculo que ali se desenrolava foram jogados mais alguns minutos de uma contenda que seria ganha pela equipa de Lisboa, por 1-0. A taça seria entregue a Guilherme Pinto Basto.
Na fotografia que ilustra este texto pode ser vista a seleção de Lisboa que venceu este histórico encontro, a qual posa com a bonita taça que se assumiu como uma das peças de maior valor histórico do futebol lusitano.

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