segunda-feira, 12 de outubro de 2020

2020: o ano em que Félix da Costa escreveu uma das páginas mais brilhantes da História do automobilismo português

Se não é o maior feito da História do automobilismo português é sem margem para dúvida um dos mais pomposos e dignos de serem perpetuados na memória de todos os apaixonados pelo desporto. Uma façanha que ainda segue perto na estrada do tempo, já que foi alcançada neste ano de 2020 por um prodígio do volante. António Félix da Costa, o seu nome. Nascido em Cascais a 31 de agosto de 1991 este Ás do Volante sagrou-se campeão do Mundo de Fórmula E (uma categoria de automobilismo organizada pela FIA com carros monopostos exclusivamente elétricos) ao serviço da equipa DS Techeetah. Félix da Costa garantiu o título a duas corridas do final da temporada, em Berlim, ao cortar a meta em logo atrás do vencedor, o seu colega de equipa Jean Eric Vergne. O piloto juntou-se à DS Techeetah em 2019 e um ano depois trazia para Portugal o maior título conquistado pelo automobilismo luso. Na época de 2019/20 da Fórmula E, o piloto conseguiu o seu primeiro pódio (consequência de um 2.º lugar) no Chile, ficando atrás Maximilian Günther. No grande prémio seguinte, no México, Félix da Costa arrebata um novo 2.º posto, sendo que a primeira vitória seria alcançada em Marrakesh. Após a paragem da temporada por força da pandemia de COVID-19, Félix da Costa teve uma reentrada em grande nas pistas, conquistado duas vitórias no Circuito Templehof de Berlim, ao que se seguiu o tal 2.º posto no mesmo traçado que selou o título mundial de pilotos e o campeonato de Construtores para DS Techeetah. Félix da Costa contabilizou um total de 158 pontos em todas as corridas disputadas, deixando bem longe o belga Stoffel Vandoorne, que com 87 pontos encerrou a temporada na segunda posição da classificação final.
O piloto cascalense juntou-se assim ao restrito lote de vencedores de uma competição que só conheceu o primeiro campeonato em 2014/15, tendo o brasileiro Nelson Piquet Jr. como o seu primeiro campeão; seguindo-se o suíço Sébastien Buèmi (2015/16); o brasileiro Lucas di Grassi (2016/17) e o francês  Jean Eirc Vergne (bi-campeão mundial em 2017/18 e 2018/19).
Num breve olhar pelo retrovisor da carreira de Félix da Costa, podemos constatar que tal como tantos outros pilotos iniciou-se nos kartings, com 9 anos de idade, onde era apelidado de "formiga" devido à sua baixa estatura física.
O seu talento traduziu-se de pronto em títulos, como comprovam a conquista do Campeonato Nacional e do Open Portugal, em 2002. Aos poucos, Portugal começa a tornar-se demasiado pequeno para o jovem prodígio das quatro rodas, e aos 15 anos sagrou-se vice-campeão da World Series Karting, para além de ter sido terceiro classificado no Open Master de Itália, uma das mais reconhecidas provas europeias da modalidade. Em 2007 assina contrato com o maior construtor de karts mundial, a Tony Kart.
Passou de seguida para a World Series by Renault 2.0, competindo neste troféu em 2008 e 2009, sendo que neste último ano alcançou o seu primeiro título de monolugares, no campeonato Norte Europeu.
2010 é um ano marcante na carreira do jovem piloto, já que concretizou o sonho da esmagadora maioria, se não de todos, os pilotos de monolugares, isto é, sentar-se ao volante de um carro de F1. Félix da Costa foi convidado para testar um Force India de F1, tornando-se, aos 19 anos, o português mais novo de sempre a conduzir um monolugar destes. Apesar de não ficar na F1 Félix da Costa não parou de acelerar rumo ao sucesso nas pistas, e em 2014/15 entra num novo campeonato de automobilismo, a Fórmula E, sendo que no ano de estreia venceu a sua terceira corrida, realizada em Buenos Aires, na Argentina. Cinco anos depois alcançou o que já se sabe, o Mundo! Por este feito, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-o com a Ordem de Mérito.

Vídeo que mostra o percurso de Félix da Costa no automobilismo e que o levou ao título na Fórmula E

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