quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Pedro Pablo Pichardo salta para o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio (2020)

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 vão ficar gravados a letras de ouro na história do desporto português. Portugal alcançou naquela cidade nipónica a sua melhor prestação de sempre em Olimpíadas ao ultrapassar a anterior "fasquia" das três medalhas conquistadas num evento deste âmbito. A nação lusa arrecadou a quarta medalha olímpica nos Jogos de 2020 por intermédio do luso cubano Pedro Pablo Pichardo. E depois das medalhas de bronze de Fernando Pimenta (canoagem) e de Jorge Fonseca (judo) às quais se juntou a prata de Patrícia Mamona (triplo salto) eis que chegou o almejado ouro. Pedro Pablo Pichardo tornou-se campeão olímpico do triplo salto, num concurso em que bateu o recorde nacional no salto que lhe deu o ouro, a 17,98, estabelecendo um novo recorde nacional. Na sua primeira presença em Jogos Olímpicos, Pichardo tornou-se no quinto português a sagrar-se campeão olímpico, depois de Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora. Em Tóquio, o atleta luso-cubano, de 28 anos, liderou sempre a prova, começando com um salto de 17,61, que por si só já lhe daria o título. A seguir um salto igual ao centímetro e a fechar os três primeiros saltos o 17,98 que melhorou o recorde nacional que já era seu. Seguiu-se um nulo e Pichardo dispensou o 5.º salto, aparentemente depois de ferir o pé no 4.º salto. Ao 6.º, já campeão olímpico, ainda tentou passar os 18 metros, mas o salto acabou nulo. Yamingo Zhu, da China, foi medalha de prata e Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso bronze.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Fernando Pimenta conquista em Tóquio a segunda medalha olímpica da sua notável carreira

Como diz o velho chavão: "não há duas sem três", e eis que em Tóquio a nação portuguesa voltou a tocar o céu na sequência da conquista de mais uma medalha olímpica. E desta feita por intermédio de alguém que conhece bem a sensação de vencer uma medalha no maior evento desportivo do planeta, alguém que por direito próprio há muito que já garantiu um lugar na "imortalidade" do desporto português. Fernando Pimenta é o seu nome, para muitos o maior praticante de canoagem português de todos os tempos, opinião da qual concordamos em absoluto tendo em conta os resultados absolutamente extraordinários que tem alcançado ao longo da sua carreira.

E nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Pimenta conquistou a medalha de bronze na prova dos K1 1000 metros na canoagem, numa final onde viu a prata escapar apenas por 47 milésimos de segundo. O húngaro Kopasz ficou com o ouro, tendo liderado quase toda a prova e andou a discutir com o português o primeiro posto. O também húngaro Adam Varga, ficou com a medalha de prata (com o tempo de 3.22,431), batendo o português mesmo em cima da linha de meta. Pimenta terminou com 3.22,478 minutos.

A prova teve início com uma falsa partida, mas no reinício o português teve uma partida menos boa mas rapidamente assumiu a liderança, sempre com os húngaros à espreita. Kopasz passou para a frente na metade da prova, à frente de Pimenta e Adam Varga. Porém, o húngaro disparou e fez uma ponta final muito forte, ao contrário de Fernando Pimenta que foi perdendo fulgor nos derradeiros metros, até ser ultrapassado por Varga mesmo em cima da linha. Nas meias-finais, Fernando Pimenta tinha batido o recorde olímpico do K1 1000, com 3.22,942 minutos. Antes de colocar a medalha de bronze ao peito Pimenta era naturalmente um homem feliz: «Acima de tudo, sinto-me feliz. Não consegui vencer, os dois húngaros foram mais fortes, fizeram uma excelente prova, mas dei o meu melhor e isso é o mais importante, é sair daqui com a consciência super tranquila de que mostrei o meu valor, um ciclo olímpico em que estive sempre nas medalhas, nos mundiais e europeus», começou por dizer o atleta natural de Ponte de Lima à RTP. «Fui o atleta mais regular e não posso estar mais feliz do que isto. A minha carreira ainda agora começou, tenho que continuar a trabalhar mais e melhor. Estou super feliz, claro que queria vencer, depois de na meia-final bater o recorde olímpico. Estou aqui para representar Portugal e os portugueses da melhor forma. Sei que havia o sonho e a ilusão de o Pimenta ser campeão olímpico. Isto ainda não acabou, falta um próximo ciclo olímpico. O Pimenta está cá para as curvas. Ainda quero voltar aos Jogos Olímpicos. Já comecei a pensar em 2032, vai ser na Austrália. Quero agradecer a todos os portugueses. Só tenho de estar orgulhoso, agradecer ao meu treinador, a toda a estrutura da Federação pelo apoio, ao SL Benfica, a todos os limianos, sem esquecer o Náutico de Ponte de Lima e o município, à minha família», concluiu.

Como já referimos no início esta foi a segunda medalha olímpica de Fernando Pimenta, ele que em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, havia vencido a medalha de prata no K2 1000, fazendo dupla com Emanuel Silva.

Assim sendo, Pimenta juntou-se a um restrito lote de atletas que venceram mais do que uma medalha olímpica nas suas carreiras, como são os casos do cavaleiro Luís Mena e Silva (venceu medalhas nos Jogos de 1936 e de 1948), de Carlos Lopes (Olimpíadas de 76 e de 84), Rosa Mota (duas medalhas nos Jogos Olímpicos de 1988) e de Fernanda Ribeiro (nos Jogos de 96 e de 2000), sendo que estes três últimos o fizeram no atletismo.

Este foi mais um pódio na carreira de Fernando Pimenta, que já leva mais de uma centena de subidas ao pódio em competições internacionais.

Com esta medalha de bronze olímpica conquistada por Pimenta, Portugal elevava para três o número de medalhas conquistadas em Tóquio2020, depois de Jorge Fonseca ter alcançado o bronze na categoria de -100 kg em judo, e de Patrícia Mamona ter arrebatado a medalha de prata no triplo salto. Portugal igualou desta forma o melhor pecúlio em Jogos Olímpicos, reeditando as três subidas ao pódio de Los Angeles 1984 e Atenas 2004.

Mas voltando a Fernando Pimenta, recordamos em seguida alguns dos principais resultados internacionais alcançados pelo atleta nascido a 13 de agosto de 1989 de há 16 anos a esta parte:

*2022: 1.º Taça do Mundo (K1 5000 metros)

1.º Taça do Mundo (K1 1000 metros)

1.º Taça do Mundo (K1 500 metros)

1.º Taça do Mundo (K2 500 metros)

*2021: 1.º Campeonato do Mundo (K1 1000 metros)

2.º Campeonato da Europa (K1 1000 metros); 3.º Jogos Olímpicos Tóquio2020 (K1 1000 metros); 3.º Campeonato da Europa (K1 5000);

3.º Taça do Mundo (K1 1000); e 3.º Taça do Mundo (K1 1000).

2020: 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); e 2.º Taça do Mundo (K1 500).

2019: 1.º Taça do Mundo (K1 500); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Jogos Europeus (K1 1000); 2.º Jogos Europeus (K1 5000); 3.º Taça do Mundo II (K1 500): 3.º Campeonato do mundo (K1 1000); e 3.º Campeonato do mundo (K1 5000).

2018:  1.º Campeonato da Europa (K1 1000); 1.º Campeonato do mundo (K1 1000);

1.º Campeonato do mundo (K1 5000); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K1 500); 2.º Jogos do Mediterrâneo (K1 500);

2.º Campeonato da Europa (K1 5000); e 3.º Campeonato da Europa (K1 500).

2017:  1.º Campeonato da Europa (K1 1.000); 1.º Campeonato do mundo (K1 5000);

1.º Taça do Mundo (K1 1000); 2.º Campeonato do mundo (K1 1000); 2.º Campeonato da Europa (K1 5000);  2.º Taça do Mundo (K1 500); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); e

2.º Taça do Mundo II (K1 1000).

2016: 1.º Campeonato da Europa (K1 1000); 1.º Campeonato da Europa (K1 5000);

1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); 3.º Taça do Mundo III (K1 1000); 5.º Jogos Olímpicos Rio 2016 (K1 1000): 6.º Jogos Olímpicos Rio 2016 (K4 1000).

2015: 1.º Evento Teste Rio2016 (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Jogos Europeus, em Baku (K1 1000); 2.º Jogos Europeus, em Baku (K1 5000); 2.º Campeonato da Europa (K4 1000); 3.º Campeonato da Europa (K1 1000); 3.º Campeonato do mundo (K1 1000); e 4.º Campeonato do mundo (K4 1000).

2014: 2.º Campeonato do mundo (K4 1000); 2.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo II (K1 500); 3.º Campeonato da Europa (K4 1000); 3.º Campeonato da Europa (K1 5000); 3.º Taça do Mundo (K1 500); 3.º Taça do Mundo (K1 1000); e 3.º Taça do Mundo II (K1 1000).

2013: 1.º Universíadas (K1 1000); 1.º Universíadas (K1 500); 1.º Taça do Mundo II (K2 500); 2.º Campeonato da Europa (K4 1000); 2.º Campeonato da Europa (K1 5000); 2.º Taça do Mundo (K4 1000); e 3.º Taça do Mundo (K2 500).

2012: 1.º Qualificação Olímpica Europeia (K1 200); 2.º Jogos Olímpicos Londres2012 (K2 1000); e 3.º Taça do Mundo (K2 1000).

2011: 1.º Campeonato da Europa (K4 1000); 1.º Taça do Mundo (K2 1000); 1.º Taça do Mundo (K4 1000); 1.º Taça do Mundo (K1 5000); 2.º Taça do Mundo II (K1 1000);  2.º Campeonato da Europa sub-23 (K2 500); 3.º Campeonato da Europa (K1 1000); 3.º Campeonato da Europa sub-23 (K2 500); 3.º Taça do Mundo II (K1 5000); 3.º Taça do mundo II (K4 1000); e 6.º Evento teste de Londres2012 (K1 1000).

2010: 1.º Campeonato da Europa sub-23 (K2 500); 2.º Campeonato do mundo (K2 500);

2.º Taça do Mundo (K2 500); 3.º Campeonato da Europa (K2 500); 3.º Campeonato da Europa sub-23 (K2 500); e 3.º Campeonato do mundo de maratonas sub-23.

2009: 1.º Campeonato da Europa sub-23 (K1 1000); 2.º Campeonato do mundo de maratonas de sub-23; e 3.º Campeonato da Europa sub-23 (K1 500).

2007: 1.º Campeonato da Europa de juniores (K1 1000); e 2.º nos Europeus de juniores (K1 500).

2005: 1.º no Festival Olímpico da Juventude Europeia (K4 500).

Impressionante!

*Nota: Palmarés atualizado. 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Patrícia Mamona voa para a prata olímpica em Tóquio

Abrem-se de novo as portas deste Museu para evocar a conquista de uma nova medalha nas Olimpíadas que decorrem por esta altura em Tóquio, e que pelo significado que naturalmente tem ficará perpetuada na história do nosso desporto. 
E desta vez foi Patrícia Mamona que arrecadou a medalha de prata no triplo salto ao chegar aos 15.01 metros, estabelecendo desde logo um recorde pessoal e nacional e que marca a primeira vez que atleta ultrapassa a barreira dos 15 metros.
A venezuelana Yulimar Rojas venceu a medalha de ouro com recorde mundial de 15.67 metros, ao passo que a espanhola Ana Peleteiro foi medalha de bronze com 14,87 metros, novo recorde nacional para a Espanha.
Esta é terceira presença da atleta portuguesa nos Jogos Olímpicos, após o sexto lugar em 2016 no Rio de Janeiro e do 13.º posto em 2012, em Londres.
«Estou nas nuvens, sem palavras. Parece tudo surreal. A primeira coisa que me vem à cabeça é o meu treinador, a minha família e este grande país que é Portugal. Vinha confiante da qualificação e sabia que este seria um momento especial para mim. São cinco anos a trabalhar para este momento, 20 anos no triplo salto. Estou orgulhosa de todos, da reação do público. Disseram que Portugal era um país pequeno, mas consegue coisas grandes. O apoio dos portugueses foi fundamental», disse a atleta à RTP.
Na hora da emoção a atleta de 32 anos disse ainda que «não posso dizer que é um momento de afirmação para todo o desporto português, mas é para o triplo salto. O Nelson Évora vai terminar a carreira nestes Jogos Olímpicos. Ele é uma inspiração para mim. Espero dar continuidade ao que ele tem feito. Sinto-me em forma, tenho muito para dar. Paris 2024 é daqui a três anos. Mas não quero pensar muito nisso. Quero desfrutar deste momento e deixar uma mensagem de agradecimento a todos os portugueses. Que seja um momento de inspiração para todos os que sonham. Se acreditarem mesmo que conseguem, vão atrás dos vossos sonhos».