quinta-feira, 28 de julho de 2022

Na sua primeira aparição num Mundial de Pesca Desportiva - Mar, Portugal foi campeão!

"Chegar, ver, e vencer". Bem poderia ser este o título da façanha da seleção portuguesa de pesca desportiva que em 1983 participou no 3.º Campeonato do Mundo de Mar da Fédération Internationale de Pêche Sportive - Mer (Federação Internacional de Pesca Desportiva - Mar), realizado em Algeciras (Espanha) entre 21 e 26 de setembro do referido ano. 

Portugal participava pela primeira vez com uma seleção nacional nesta competição destinada ao escalão de seniores masculinos. Até aqui, e a nível de seleções, o máximo que a nação lusa tinha feito havia sido um 3.º lugar no Campeonato do Mundo de Água Doce, também em seniores masculinos, numa prova que então decorreu em Saragoça (Espanha), no ano de 1979.

Em Algeciras, Portugal contou com seis pescadores de mão cheia, nomeadamente Vítor Seiça (capitão de equipa), Mário Barros, António Castro, Manuel Basílio, Joaquim Costa, e Bernardino Machado.  A comitiva foi chefiada por Albino Nito, ao qual se juntou Carlos Batista, que era então o responsável pela área/disciplina de mar no seio da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva. Esta última figura havia sido convidada pela presidente da nossa federação de então, João Carreira, para organizar em Portugal as provas de mar, tendo o campeonato nacional arrancada precisamente em 1982, tendo como palco a Ericeira. O bom trabalho de Carlos Batista colheu de pronto os seus frutos, não só a nível nacional, como internacional, já que no curto espaço de um ano conseguiu colocar Portugal num Mundial. A viagem para Espanha foi no mínimo surreal, tendo em conta de que se tratava de uma seleção nacional que ia representar o nosso país ao mais alto nível. Porém, a seleção viajou em veículos particulares dos pescadores que a compunham! Uma parte foi na carrinha de Bernardino Machado, e a outra no carro do capitão Vítor Seiça. Apesar de talentosa esta era uma seleção inexperiente em provas de calibre internacional, mas isso não impediu de Portugal chegar, ver e vencer. 

A seleção nacional que em 1983 conquistou o Mundial de Pesca Desportiva - Mar

O Campeonato do Mundo era disputado em três provas, sendo uma de fundo, e duas de boia. Cada uma das provas tinha a duração de quatro horas.  Logo na primeira prova, a de fundo, disputada à noite, a turma lusa levou a melhor sobre a concorrência, conquistando o 1.º lugar. No dia seguinte, disputou-se a primeira de duas provas de boia, sendo que na primeira a seleção espanhola ficou com o 1.º lugar, ao passo que Portugal quedou-se em 2.º. Na terceira e derradeira prova de boia, a Espanha venceu novamente, enquanto a seleção lusa foi 3.ª classificada. No total das três provas Portugal ficou em 1.º lugar (1.º + 2.º + 3.º), seguida da Espanha (5.º + 1.º + 1.º), e da França (2.º + 4.º + 4.º).  

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Efemérides (7)... Em 1942 Mário Simas, sagra-se o melhor nadador da Europa nos 100 metros costas

1942 é um ano memorável para a natação portuguesa. A nação viu um dos seus melhores nadadores de então, para muitos o melhor, Mário Simas, sagrar-se o melhor nadador da Europa nos 100 metros costas. O atleta do Sport Algés e Dafundo era conhecido a nível nacional pela sua aptidão para estabelecer novos recordes nas provas em que participava, estando, para a imprensa desportiva da época, muito acima da restante comunidade da natação lusa. E em 1942 os seus feitos ultrapassaram as fronteiras do nosso país, na sequência de uma brilhante prestação num meeting realizado entre a Mocidade Portuguesa e a Jeunesse Française - o que traduzido no nosso idioma significa Mocidade Francesa. Nesta prova, Mário Simas começou por bater, nos 100 metros costas, o francês Zins, por 2s/6d, e nos 100 metros livres, fazendo o tempo de 1m/3s/2d, venceu Cecchini, por 4s/3d. Mas seria o triunfo a prova de 100 metros costas, onde efetuou um tempo de 1m/09s, que colocaria Mário Simas nas bocas da Europa, já que com este novo recorde foi considerado o melhor nadador europeu da referida especialidade naquele ano, superando nomes consagrados como o campeão espanhol (da especialidade), Afonso Weller, um dos melhores europeus daquele tempo, a título de exemplo. 1942 foi um dos muitos anos dourados da brilhante carreira de Simas, que nesse ano se sagrou campeão nacional nos 100 metros livres, nos 200 metros livres, e nos 100 metros de costas. Estabeleceria ainda no mesmo ano quatro novos recordes nacionais, a saber, nos 100 metros livres, com 1m/01s; nos 200 metros livres, com 2m/24s; nos 100 metros costas, com a marca de 1m/09s; e nos 200 metros de costas, com o tempo de 2m/42s.

Mário Simas (na imagem) é considerado por muitos historiadores da natação lusa como o melhor atleta nacional da primeira metade do século XX, tendo iniciado a carreira muito cedo no Algés, clube onde se evidenciou com apenas 12 anos de idade. 1937 marca o início da competição oficial para o nadador, disputando as primeiras provas nacionais dos 100 metros, nas especialidades de costas e livres, onde se viria a tornar um especialista de elite nos anos seguintes. Disputou 10 campeonatos nacionais com as cores do Algés e do Estoril, tendo representado Portugal nos Campeonatos da Europa de 1957, realizado em Monte Carlo, e nos Jogos Olímpicos de 1948, realizados em Londres.

terça-feira, 26 de julho de 2022

Francisco Lázaro distinguiu-se entre 48 atletas que deram vida à prova oficial mais antiga do atletismo português

Os atletas do 1.º Cross Country Nacional na linha de partida

O atletismo agrega a si um conjunto de disciplinas (ou modalidades) desportivas que se constituem como o evento desportivo mais antigo que se conhece do mundo civilizado. Criado na Grécia antiga, o atletismo foi a base da criação dos jogos Olímpicos,  em 776 a.C. . A modalidade é composta por um total de 25 disciplinas, sendo uma delas a corrida de Corta-Mato, ou como se chamava nos finais do século XIX e princípios do século XX, Cross Country. Em Portugal as provas de Corta-Mato, ou de Cross-Country, como então se denominavam, constituem-se como a mais antiga competição oficial do nosso atletismo, tendo sido criada em 1911, e é esse tiro de partida que hoje vamos recordar no nosso Museu

Facto ocorrido em maio do citado ano, altura em que Lisboa - e arredores - acolheu o 1.º Cross Country Nacional, ou na denominação atual, o 1.º Campeonato Nacional de Corta-Mato. De acordo com Os Sports Ilustrados, a principal revista desportiva da época, a primeira corrida deste género realizada em solo nacional foi «brilhantíssima», deixando as melhores impressões quer ao numeroso público que a ela assistiu, quer aos 48 atletas que em representação de 8 clubes marcaram presença no evento organizado pela Liga Sportiva. Cada clube/equipa era formado por 6 atletas. Assim, deram vida a este primeiro Cross Country Nacional o Benfica (cuja equipa era constituída por Francisco Lázaro, Félix Bermudes, Augusto Fernandes, Germano de Vasconcelos, Francisco Rocha e José Correia), o Sporting (que apresentou como atletas, Amadeu Barros, Mathias de Carvalho, Augusto Barros, Guilherme Ribeiro, Joaquim Pires, e Arnaldo Silva), o Clube Internacional de Football (cuja equipa era formada por Plácido Duro, João Figueiredo, Armando Cortezão, MacCarthy, Heraldo Ribeiro, e José Mascarenhas), o Sport Grupo e Progresso (composto pelos atletas Augusto Jardim, João Guerreiro, Benjamim Jardim, António Ferreira, Álvaro de Almeida, e José Caldas), o Atheneu Comercial (que apresentou os atletas Armando Cruz, Homero Alves, António Montez, Alberto de Oliveira, José Trindade, e Ponte Ferreira), o Sport Clube Império (cuja equipa era formada por Travassos Lopes, Albino Abranches, Borja Santos, Miguel Simões, António Fernandes, e Theodoro da Costa), o Ginásio Clube Português (cujo combinado era composto por Borges de Castro, Pinto d' Almeida, José Carreira, José da Costa Brandão, José Ferreira dos Santos, e Virgílio Gomes), e a Escola Académica (com António Ferreira Coutinho, Heitor de Lemos, Heliodoro Monteiro de Castro, Henrique Drumond Júnior, António Dias dos Reis, e João Guilherme Diniz).

O Sport Clube Império, que venceu o 1.º lugar da classificação por equipas

Entre esta quase meia centena de corredores alguns nomes sonantes do (então) atletismo luso disseram presente, entre eles o primeiro grande corredor português, Francisco Lázaro, de quem aqui já falámos noutras viagens ao passado, e que viria a ser a grande estrela desta corrida. Augusto Sabbo, árbitro da prova e um dos três elementos que juntamente com Cândido Silva e João Lopes de Figueiredo compunham a comissão de sports athleticos da Liga Sportiva, deu o tiro de partida da corrida às 11H30 debaixo de um calor abrasador, num percurso de 4,8 km. «Esta corrida, que deixou no espírito de todos, tanto concorrentes, como espectadores, uma magnífica impressão, foi a prova cabal de quanto valor teem os nossos pedestrianistas e de quanto seriam capazes de fazer, se soubessem e quizessem treinar-se com rigor e methodo», escrevia a reportagem d' Os Sports Ilustrados,  a qual vincava o esforço dos 48 sportsmen, que debaixo de intenso calor mostraram uma força e uma energia que «só o portuguez sabe ter, ora saltando um obstaculo, escarpando um monte, atravessando um campo de piso irregular ou lançando-se a toda a velocidade por uma encosta abaixo. Corriam sempre, no desejo de alcançarem uma boa colocação ou um bom logar na classificação final».

A equipa do Sporting que foi 2.ª classificada

O sportinguista Mathias de Carvalho foi o primeiro a dar nas vistas, alcançando com distinção o primeiro obstáculo da corrida, um monte. Só que ao trepar o dito monte, que tinha ainda um pequeno charco para dificultar ainda mais a vida aos atletas, despistou-se, e teve de voltar atrás - segundo as regras da prova -, sendo alcançado pela dupla composta por Francisco Lázaro, e Augusto Fernandes, que passaram a tomar a dianteira da corrida, seguidos de perto por Mathias de Carvalho. Reza a crónica deste 1.º Cross Country Nacional que a luta entre os três foi emocionante. «Os três queriam o primeiro logar e a encosta que se seguia a esse monte, a azinhaga até ao Campo Grande e a estrada do Campo à entrada da azinhaga dos Frades foi percorrida pelos três, que já então se tinham distanciados dos restantes concorrentes, n'uma lucta magnifica tomando a cabeça ora um ora outro. Essa lucta emocionante prolongou-se até à méta de chegada que foi alcançada em primeiro logar por Francisco Lázaro, do Sport Lisboa e Benfica, seguido de perto de Augusto Fernandes, do mesmo clube, e Mathias de Carvalho, do Sporting Clube de Portugal», assim relatava a reportagem da citada revista desportiva.   

A equipa do Benfica, onde pontificava o maior nome do atletismo 
nacional da primeira década dp século XX: Francisco Lázaro

Francisco Lázaro cortou a meta em primeiro lugar com o registo de 20'25'', tendo o jornalista que eternizou nas esbatidas páginas d' Os Sports Ilustrados (cujo nome foi desconhecido) esta corrida, considerado este desempenho como magnífico. A classificação por equipas foi feita depois de terem sido recebidos todos os boletins dos árbitros da pista, que deram como primeiro classificado, com 96 pontos, a equipa do Sport Clube Império que recebeu assim a Taça Os Sports Ilustrados.

Em segundo lugar por equipas ficou oi Sporting, que foi agraciado com a Taça da Liga Sportiva, ao passo que o Benfica fechou o pódio. Seguiram-se as equipas do Sport Grupo e Progresso (4.º), do Club Internacional de Football (5.º), do Atheneu Comercial (6.º), do Ginásio Clube Português (7.º) e da Escola Académica (8.º).

Um momento da corrida

A reportagem dá ainda conta de que dos 48 participantes apenas um não finalizou a corrida, por doença súbita. Os prémios deste 1.º Cross Country Nacional foram entregues no dia seguinte à corrida, nas instalações do Ginásio Clube Português, sendo que além das já referidas taças aos dois primeiros classificados por equipas, a organização ofereceu um estojo de barbear, uma cigarreira de prata, e um cinzeiro de cristal e prata aos dois primeiros classificados a nível individual.

terça-feira, 5 de julho de 2022

A primeira digressão internacional dos Harlem Globetrotters teve Portugal como ponto de partida

Harlem Globetrotters atuando no Porto
ante o Vasco da Gama
Eles são um misto de entertainers e representantes do melhor basquetebol do Mundo - o dos Estados Unidos da América -, e que viajam pelo planeta precisamente para fazer apresentações performáticas da modalidade. Eles são os Harlem Globetrotters, uma equipa de basquetebol norte-americana, e que para muitos experts do basket é tão somente a melhor equipa do Mundo, combinando mestria com malabarismos, e que - segundo o wikipedia - até 2010 contabilizava mais de 25 mil apresentações em 118 países desde que iniciaram as digressões internacionais em 1950.

E quis o destino que Portugal fosse o primeiro país a receber os magos, ou ilusionistas, se preferirem, do basket planetário. Estávamos em maio de 1950 quando os melhores basquetebolistas do Mundo aterraram no nosso país para aqui iniciarem uma digressão que iria durar até 1962! Estava assim colocada em marcha a ideia do inglês Abe Saperstein, o proprietário dos Harlem Globetrotters, que quis conquistar o mercado europeu através desta equipa que nasceu oficialmente em Chicago no ano de 1927, e que tinha como característica distintiva o facto de ser composta exclusivamente por jogadores negros excluídos das ligas profissionais. Nesta altura a fama dos jogadores afro-americanos que exibiam os seus dotes de basquetebolistas nos playgrounds - quadras de rua - norte-americanos, sobretudo na região de Nova Iorque, era enorme, sendo ali criado um festival de verão organizado pelo bairro negro de Harlem, que se viria a tornar extremamente popular em todo o país com o passar dos anos. Nesse sentido, Abe Saperstein escolheu esse nome para a sua equipa, para indicar claramente que se tratava de um conjunto formado por atletas negros, e que seriam uma espécie de globetrotters, isto é, que jogariam por todo o território dos Estados Unidos da América, o berço do basquetebol. Durante suas viagens, os Harlem Globetrotters demonstraram sistematicamente a sua superioridade sobre os conjuntos compostos por atletas brancos, sendo que a título de exemplo, em 1948 e 1949, venceram por duas ocasiões os Minneapolis Lakers, que eram nada mais nada menos do que os campeões da mais famosa liga de basquetebol do Mundo, a National Basketball Association (NBA).

E depois de conquista a América, Abe Saperstein quis conquistar o resto do planeta com esta sua equipa, iniciando então a digressão internacional no nosso país, que até então só os tinha visto na tela do cinema.

A presença dos mágicos do basket norte-americano mereceu, como é óbvio, redobradas atenções por parte da imprensa nacional, em especial da desportiva, que escreveu algumas páginas sobre esta (hoje) histórica visita. Para muitos parecia um sonho, como escreveu o jornalista Rodrigues Teles, na revista Stadium. O sonho de ver os melhores basquetebolistas do Mundo a atuar no nosso país, um sonho que na verdade se viria a tornar em realidade. «Os americanos do basquetebol, os americanos brancos e os americanos pretos, que nos maravilharam através de uma curiosa exibição cinematográfica, apresentaram-se entre nós, "carne e osso", e demonstraram-nos que todas as suas fantasias são deste Mundo, que não há o mínimo exagero no que vimos no "ecran". Foram tudo - e mais alguma coisa ainda. Talvez o verdadeiro amador do basquetebol puro, embora gostando muitíssimo do malabarismo e da arte americana, achasse que o espectáculo "era mais de circo". Talvez. Quanto a nós, porém, o eapectáculo de que foram especiais comparsas os negros dos Harlem Globe Trotteres, revelou-nos a excepecional categoria destes atletas, o apuro extraordinário a que chegaram, a maneira simples como enfeitam uma jogada - fazendo desporto».

A vinda dos norte-americanos a Portugal não se restringiu à capital, já que também o Porto (onde enfrentaram um seleção do norte e o Vasco da Gama) e Coimbra ficaram deslumbrados com o virtuosismo dos  Harlem Globetrotters, que se faziam acompanhar nesta tourné pela equipa dos All Stars of America.

Os astros norte-americanos em Portugal
Perante pavilhões repletos, nas três cidades lusas, os norte-americanos «são quase infantis, autênticas crianças, sorrindo sem amesquinhar, brincando sem diminuir uma só vez o adversário. (...) São artistas de rara categoria», escrevia Rodrigues Teles nesta sua reportagem, descrevendo mais à frente os jogadores que mais o impressionaram, entre outros um tal de Marques Haines, um luso-americano «que esconde a bola, que joga com os joelhos colados ao chão, que passa o esférico por baixo das pernas, tocando-lhe com os dedos como se estivessem carregados de electricidade».

O jornalista dava ainda conta que a vinda destes astros a Portugal havia resultado de um convite do Sporting, que se associou ao Vasco da Gama (do Porto) e da Académica de Coimbra para organizar os jogos/exibições nas três urbes portuguesas.

Tempo houve ainda para Rodrigues Teles trocar algumas palavras com os malabaristas do basquetebol, como lhes chamou, no sentido de os conhecer um pouco melhor.   

Marques Haines,
luso-americano dos Harlem
Por exemplo, de Haynes, um dos craques dos Harlem Globetrotters, soube que para este atleta fazer parte dos Harlem era uma honra extraordinária, explicando este atleta que o contrato com a equipa era feito para 5 anos, e que se ao fim desse tempo os jogadores não dessem provas capazes eram dispensados. «No Harlem só entram vedetas, verdadeiros malabaristas. Nos bairros negros, onde se procura jogar assim, neste estilo, há sempre uma selecção cuidada», explicava o craque. Questionado pelo jornalista português se eram profissionais e como era o ordenado, Haynes respondia que sim, que eram profissionais, e que quanto ao ordenado além de terem todas as despesas pagas durante esta digressão internacional, ainda usufruíam de 10 dólares de vencimento por dia! A impressão que as estrelas do basquetebol dos States tiveram dos jogadores lusos foram ademais positivas, conforme nos contou nesta reportagem Rodrigues Teles, na sequência de uma troca de palavras com outro deus do basket, neste caso, Elliot Hansan. «Gostei dos portugueses. Parece até impossível como alguns rapazes, tão franzinos, se movimentam tão bem e nos imitam até em vários lances», contou aquele atleta, que elogiou ainda o público português: «Grande público. Gostou do trabalho das duas equipas americanas, vibrou, deu palmas entusiásticas. Bravo».

Nome grande do basquetebol português de então era Correia César, dirigente do Sporting, que nesta reportagem se mostrava satisfeito pelas casas esgotadas, quer no Porto, quer em Coimbra, quer em Lisboa, registadas para ver de perto os Harlem Globetrotters nesta sua primeira passagem por Portugal. Uma equipa que para Rodrigues Teles era composta por «maravilhosos jogadores que subjugam pela arte, rapidez, agilidade e ciência de colocação. Estes atletas ultrapassam a noção de jogadores de basquete. São ao mesmo tempo verdadeiros artistas!».